Talvez se eu não tivesse conhecido Nina, eu ainda conservasse alegria no olhar ou nos gestos cotidianos.
Mas a gente está atropelando o andar, e não sou nenhum Machado de Assis pra tirar a ordem das coisas e me fazer compreender brilhantemente bem. Comecemos essa introdução como se deve, introduzindo o contexto por onde navegará esta narrativa.
Meu nome é Alfredo. Acho um nome meio ridículo para um homem do meu porte, 1.86m, 88kg, calçados de número 43. Alfredo me rendeu ao longo da vida apelidos ridículos e mulheres que me confidenciavam trocadilhos com o molho de nome similar - Al Freddo. Eu não tinha tanto bom humor quanto fazia elas acrditarem.
Talvez eu tenha sido feliz até Nina aparecer, feito manhã de sol no Parque da Redenção, me iluminando todo e renovando minha pele e enchendo de sangue oxigenado meus músculos. Até então eu tinha sido um cara normal, sem maiores glórias ou tragédias, noves fora uma perna quebrada num acidente de bicicleta.
O fato é que hoje sou um homem gasto, desgostoso e ácido. Portanto, não espere de mim finais felizes. Ironicamente, neste diário entrarão passagens sobre os dias felizes da minha vida.
Tudo se deu no tempo de Nina.
Um comentário:
Encantada.
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